quarta-feira, 29 de junho de 2011

Nelson Motta recebe nosso amigo Adalberto no Brasil e é seu cicerone durante toda a estadia.






Bem amigos, desculpem a minha longa demora, Adalberto esteve um pouco doente, não tive muito contato com ele nos últimos meses, porém, ele quando se recuperou, não titubeou e começou a contar a sua ida para o Brasil em 1975.

Por ser conhecido mundialmente, Fireman já era comentário entre os artistas brasileiros e muitos torciam pra que ele voltasse à sua terra natal, pra que pudessem usufruir um pouco de seu conhecimento de consultoria, para alguns, até meio conselho era válido, afinal, meio conselho de Fireman era quase um toque de midas.

As poucas pessoas do Brasil que mantinham contato com Adalberto eram a sua família, alguns amigos de adolescência e o homem da noite naquela época o Nelson Motta, que conhecia a nata da música brasileira e pedia consultorias para Adalberto por telefone e pagava via postal. Numa dessas ligações de Nelson, que sempre deixava Adalbero à par do que estava acontecendo no cenário musical do Brasil, como Mutantes, secos e molhados e a findada tropicália, Adalberto disse que estaria desembarcando no Brasil em no máximo 48 horas, queria descansar um pouco, rever a família e conhecer pessoas como Tim Maia, Raul Seixas e Rita Lee. Nelson Motta, nunca quis dizer a quantas andava a ditadura brasileira para não chocar Adalberto. Errou feio nessa decisão.

Nesse mesmo ano acontecera o 1° festival do Brasil de grandeza nacional, o Hollywood rock, que só teve a sua segunda versão no fim da década de 80, era uma boa oportunidade para Adalberto ver shows como o da Rita Lee com Tutti frutti, Vímana, de lobão, Ritchie, e Lulu santos, Raul Seixas, O peso e Erasmo Carlos. Assim foi feito, Adalberto deixou o Fireman de lado assumiu temporariamente o seu nome próprio e chegou ao Brasil ciceroneado pelo Nelsinho, que por suas amizades com músicos e artistas brasileiros fez questão de ficar a mercê do figurão da música mundial. A essa altura, Quincy Jones perdia de zero para Adalberto.

Assim, numa quarta-feira as 14:00 horas, Adalberto desembarcou no aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro, mas não conhecia a figura de Nelson Motta e vice versa, Nelson então, colocou uma placa pendurada em seu pescoço, com o nome de Fireman e o esperou no salão principal, mesmo assim, depois de quase uma hora é que os dois conseguem se encontrar, Adalberto estava boquiaberto com o que via em uma banca de jornal. Notícias do momento que o brasil viva, uma ditadura até então não vista, as manchetes dos jornais só falavam de censura, pessoas desaparecidas, conflitos de estudantes com o exército e sobre exílio de muitas pessoas importantes que ele sonhava conhecer, como Chico Buarque, Caetano e Gil.

Adalberto em prantos, encontra com Nelson que já estava entrando em seu carro e indo embora, achando que havia levado um furo do tal amigo desconhecido. Seu carro estava parado justamente entre a banca de jornal e suas malas. Assim foi o 1° encontro de Adalberto com Nelson Motta, um em prantos e o outro surpreso com o choro de um dos que era conhecido pela sua calma e razão.

Devemos lembrar que quem chorou foi o Adalberto o brasileiro e não o Fireman dos E.U.A

Conquistas: Voltar ao Brasil, conhecer Nelson Motta.
perdas: Saber que o Brasil estava vivendo num caos em artes e comunicação.

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